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sábado, 8 de janeiro de 2011

“MEMÓRIAS DE PAVIHÃO”


UM BRINDE A FUNDAÇÃO CULTURAL DE CURITIBA POR RESGATAR ESTA PRECIOSIDADE.



- Quem dos amantes do Teatro já não ouviu falar do teatro de pavilhão!...

- Embora muitos ainda não sabem do que se trata, a Fundação Cultural de Curitiba acaba de lançar um livro que conta toda esta história, com a colaboração de Traio Produções Artísticas, Dimas Bueno e Tatiane lovanovitchi, com pesquisa e texto de Zeca Corrêa Leite o projeto gráfico é de Adriana Alegria. Vamos começar falando do “Saudoso Teatro Irmãos Silva”, década de 1960 e 1970, o qual sou testemunha viva dos belíssimos espetáculos que a Companhia apresentava, a mais de 40 anos atrás, na cidade de Siqueira Campos/PR, quando tinha eu 14 anos assisti vários espetáculo deles, me lembro que um dia logrei o porteiro e entrei de graça para vê-los em cena. “O Teatro irmãos Silva” era itinerante isto é, ficava algumas semanas ou meses em cada cidade como: Joaquim Távora, Ponta Grossa, Jacarezinho, Pirai do Sul, etc. Norte do Paraná. Quando os conheci eles faziam diversas temporadas em Siqueira campos, minha terra natal; Norte Pioneiro do PR. O Pavilhão era de se encher os olhos daqueles que visitavam suas instalações. Erguido em zinco dotado de luxo e conforto, muito diferente da estrutura do circo , tinha muitos ventiladores. No meio ficavam as cadeiras e do lado as gerais (arquibancadas), o palco era enorme, existe muita diferença com o circo em que é rodeado e coberto por lonas, o Pavilhão era diferente, era como um teatro fixo e oferecia muito mais conforto aos espectadores. Espetáculos maravilhosos era apresentados ali como por exemplo: Bem Hur, A cabana do pai Tomaz, Barrabás, Paixão de Cristo, A Ditadura, As duas Órfãs, A Mulher do Zebedeu, “Aparício apareceu...”. As peças atravessavam gerações como o “Morro dos ventos uivantes”, “Marcelino pão e vinho” etc.; quando o movimento do teatro ia ficando fraco, eles traziam muitos artistas outrora famosos como: Tonico e Tinoco, Léo Canhoto e Robertinho, Liu e Léu, Zilo e Zalo e Mazzaropi, muitos dos artistas daquela época da “Companhia Irmãos Silva” , já morreram, e outros estão atuando separadamente, me contou Neiva Camargo, uma das mais novas atuantes daquela época (primeira à esquerda na foto) , a qual tive um maravilhoso encontro com ela por ocasião da apresentação da peça ALÉM DA LENDA, que o grupo apresenta nas escolas e comunidades curitibanas, depois de 40 anos ficamos a relembrar até mesmo o local onde era instalado o “Teatro Irmãos Silva” na cidade de Siqueira campos, hoje no local existe uma agência do banco do Brasil. Neiva também conta que ela e sua irmã Neuza na época recebiam vários convites, inclusive do Mazzaropi para participar dos filmes dele e muitos outros vieram, mas nunca aceitaram, sempre foram isentas do desejo de estarem em capas de revistas e algum tipo de glamour, ficar famosa etc. – isso nunca passou pela cabeça dela e de sua família de artistas, seu amor maior é estar no palco vivendo o teatro , para ela a ideologia de ser artista é diferente , Curso praticamente não fez nenhum , o aprendizado é da vida. A grande escola que viveu com carne e paixão é a escola dos espetáculos de repertório desde pequenina criada numa família de artistas. Neiva Camargo, já teve cinco indicações como melhor Atriz paranaense. Para se entender melhor o Teatro da época feito por eles, era bem mais simples nada intelectualizado o povo era capaz de entender claramente o que os atores encenavam, nada sofisticado, e o “Teatro Irmãos Silva” era sempre lotado. Sofisticado mesmo eram eles e as belíssimas apresentações que faziam, que pena!... - o Teatro hoje em dia e para uma minoria com textos complexos, enfadonhos e sem qualidade, logicamente existem algumas exceções. Quem desejar conhecer mais sobre o Teatro de Pavilhão a obra encontra-se na Sede da Fundação Cultural/Curitiba. Gratuitamente.


Por Otávio Mariano
Fonte: http://www.jornalamigosdobairro.com.br/?pg=noticia&id=35

Foto do Palhaço Tampinha
Meu pai e um grande artista que encatou e divertiu multidões com seu talento de fazer rir.


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